Comprar imóvel com ou sem entrada? Entenda qual é a melhor opção!

Para muitas pessoas, os maiores desejos de suas vidas são sair do aluguel e realizar o sonho da casa própria. No entanto, a aquisição de um imóvel envolve muito planejamento e organização, principalmente do ponto de vista financeiro. E em alguns casos, é necessária uma vida inteira para juntar o suficiente para a realização desse sonho.

Apesar de existir uma grande variedade de crédito no mercado, elas esbarram em um empecilho — o valor da entrada do financiamento imobiliário. Nesse contexto, surge a seguinte dúvida: é possível comprar um imóvel sem entrada?

A resposta dessa questão e de outras curiosidades sobre o assunto você encontrará ao continuar a leitura deste artigo. Vamos lá?

É possível comprar um imóvel sem entrada?

Para que alguém consiga ter a solicitação de crédito imobiliário aprovada, as instituições financeiras exigem que o comprador quite de imediato uma parcela do valor de compra do imóvel. Esse pagamento se trata da famosa entrada, girando em média entre 20 e 30% do investimento necessário para realizar a aquisição.

Se a residência custa 100 mil reais, por exemplo, o comprador deverá pagar como entrada no mínimo 30 mil reais, ou seja, 30% do valor do bem. Por esse motivo, aqueles que não têm dinheiro guardado têm dificuldades em contratar um financiamento imobiliário.

No entanto, dependendo das condições financeiras da família, é possível comprar um imóvel sem entrada, desde que ela se enquadre na Faixa I do Programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo. Ou ainda, é possível utilizar o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para cobrir a entrada em financiamentos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Contudo, é preciso ressaltar que existem ainda, mais algumas regras para a comprar do imóvel sem entrada, em ambos os casos mencionados. Mostraremos quais são a seguir. Confira.

Como utilizar o FGTS para dar a entrada de um imóvel?

Não se trata exatamente da compra de um imóvel sem a obrigação do pagamento da entrada, mas sim da utilização dos recursos do FGTS para essa finalidade, já que esse é um dinheiro que somos “obrigados” a juntar e em pouquíssimas situações temos acesso a ele.

A boa notícia é que, por meio do SFH, para quem tem mais de 3 anos de trabalho com carteira assinada e pretende adquirir um imóvel de até 1,5 milhão de reais pode utilizar o fundo para essa finalidade, desde que não tenha nenhum outro financiamento imobiliário em curso e que não seja proprietário de outro bem imobiliário.

Como funciona o financiamento pelo programa Minha Casa Minha Vida?

programa Minha Casa Minha Vida tem como objetivo permitir que famílias de baixa renda tenham acesso à aquisição de um imóvel para moradia. Por meio dele, o Governo Federal pode subsidiar até 90% do valor do bem, dependendo da faixa de renda do comprador.

Para se tornar um beneficiário do programa, é necessário se inscrever nele de acordo com o calendário do município de domicílio, preencher os requisitos para a participação e aguardar o sorteio.

A partir de 2019, alguns perfis têm preferência para a participação no programa, por exemplo, famílias com crianças portadoras de microcefalia estão liberadas do sorteio, assim como as pessoas com deficiência, que morem em áreas de risco ou as que têm uma mulher como única responsável pela unidade familiar, terão prioridade.

Faixas de renda do programa Minha Casa Minha Vida

Além de não ter outro imóvel nem financiamento imobiliário e nunca ter sido beneficiária de nenhum outro programa de habitação do governo, as famílias precisam se enquadrar em uma das 4 faixas de rendas que serão apresentadas a seguir:

  • faixa 1: para famílias com renda de até R$1800,00, o governo subsidia até 90% do valor do imóvel e financia os outros 10% em até 120 parcelas ou 10 anos;
  • faixa 1,5: as famílias contempladas com renda até R$2600,00 recebem um subsídio que pode chegar até a R$47.500,00, sendo o restante parcelado em até 360 meses ou 3 anos, com um juros de 5% ao ano;
  • faixa 3: famílias com rendas entre R$2601,00 e R$4000,00 tem direito a um subsídio de até R$29000,00, e o restante do valor do imóvel é financiado em até 360 meses ou 3 anos, com uma taxa de juros de 8% ao ano;
  • faixa 4: as famílias enquadradas nessa faixa são as que possuem renda entre R$4001,00 e R$9000,00. Essas não recebem subsídio do governo para a entrada, porém, tem direito ao financiamento do imóvel em até 360 meses ou 3 anos com juros de 9,16% ao ano, bem mais baixas que as taxas praticadas no mercado por instituições financeiras privadas.

Cabe ressaltar que os valores dos subsídios oferecidos pelo Governo Federal são influenciados pelo valor da renda da família, ou seja, quanto maior for, menor será a quantia subsidiada. Além disso, outros fatores, como o número de filhos menores de idade e, ainda, o tempo de carteira assinada, também influenciam essa conta.

Quem pode comprar um imóvel sem entrada pelo MCMV?

O primeiro pré-requisito de alguém que deseja comprar um imóvel sem entrada pelo MCMV é, como mencionamos, ser enquadrado na Faixa I do programa. Para isso, a renda familiar não deverá ultrapassar o valor de R$ 1.800,00.

É necessário também atender a outros critérios, que são:

  • ter idade mínima de 18 anos ou ter sido emancipado;
  • não ter outro imóvel próprio;
  • ter como finalidade para a aquisição do imóvel exclusivamente a moradia;
  • não ter sido beneficiado em outros programas habitacionais;
  • morar ou trabalhar no município da residência há no mínimo 3 anos;
  • a família precisa estar cadastrada no CadÚnico;
  • para as faixas 2 e 3 o comprador não poderá ter restrições de crédito;
  • não ter utilizado o FGTS para qualquer tipo de financiamento nos últimos 5 anos;
  • não estar registrado no CADMUT (Cadastro Nacional de Mutuários) ou no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).

Vale lembrar, que as famílias que se encaixam nas faixas 1,5 e 2, dependendo do valor do imóvel escolhido, podem utilizar o dinheiro do subsídio do governo para pagar parte ou a totalidade da entrada do bem escolhido.

É muito importante também destacar que o imóvel adquirido por meio do programa Minha Casa Minha Vida precisa ser, obrigatoriamente, novo ou na planta, ou seja, não pode de forma alguma já ter sido habitado antes. Além disso, é obrigatório que ele seja utilizado para a moradia da família beneficiada pelo programa.

Quais são os procedimentos e documentos necessários para comprar um imóvel pelo MCMV?

Para participar do programa, o responsável pela família precisa cadastrá-la no CadÚnico, depois procurar a prefeitura do seu município para fazer a inscrição no programa. No caso das que se enquadram na faixa 3 do MCMV, basta procurarem a Caixa Econômica Federal.

É possível também, utilizar o simulador da Caixa Econômica Federal para que se tenha uma ideia de taxas e prazos antes de realizar a inscrição, que depois de feita, basta aguardar o sorteio ou a aprovação.

Os documentos necessários para a aquisição de um imóvel pelo Minha Casa Minha vida são:

  • documento de identificação com foto (CNH ou RG, por exemplo);
  • comprovante de residência;
  • comprovante de renda;
  • CPF;
  • ficha de cadastro habitacional;
  • no caso de profissionais sem carteira assinada é necessária a apresentação dos extratos bancários ou da declaração de imposto de renda pessoa física (IRPF) para comprovação de renda.

Vale lembrar que esses documentos são requeridos para todos os membros da família que compõem a renda familiar declarada para a participação no programa.

Existem bancos privados que oferecem essa modalidade de crédito?

Como é possível perceber, nem todas as pessoas que desejam fazer um financiamento imobiliário sem entrada conseguem realizar esse investimento. Até mesmo no programa Minha Casa Minha Vida existe uma certa dificuldade.

Todavia, apesar de ser algo raro, algumas instituições financeiras privadas já estudam a possibilidade de oferecer essa modalidade de crédito em um futuro próximo. O mais importante é estar sempre acompanhando as condições junto aos bancos para ter as dúvidas respondidas e não perder alguma grande oportunidade.

Existe ainda a possibilidade de financiamento direto com a construtora, em especial, de imóveis na planta, que podem ser feitos sem entrada e com juros bem inferiores aos dos bancos.

Existe ainda uma outra possibilidade que é o investimento em um consórcio imobiliário, que poderá contemplar o consorciado tanto por meio de lance, quanto por meio de sorteio e, nesse caso, a carta de crédito é liberada sem que haja a necessidade de desembolso de qualquer outra quantia a não ser as mensalidades.

Quando comprar um imóvel sem entrada vale a pena?

A Faixa I do MCMV oferece grandes benefícios aos seus beneficiários, como o pagamento de 90% do valor do imóvel. O restante deverá ser pago em até 120 prestações, as quais poderão estar isentas da cobrança de juros e não comprometerão mais que 10% da renda familiar.

Diante das vantagens oferecidas, em muitos casos, é mais barato pagar a parcela do Minha Casa Minha Vida do que manter um aluguel. Tendo em vista essa situação, a pessoa que for sorteada deverá aproveitar a oportunidade.

Já se a pessoa não estiver apta a participar do programa, é necessário um pouco de desconfiança caso sejam ofertadas propostas extremamente baratas para comprar um imóvel sem entrada. Como é raro que as instituições financeiras ofereçam essa modalidade de crédito, o comprador deverá pesquisar sobre a credibilidade da empresa.

E agora que você já sabe como analisar qual a melhor opção de entrada para a compra só seu novo imóvel, que tal assinar a nossa newsletter e receber muito mais conteúdos como este no seu e-mail?