Como economizar na hora de comprar um imóvel?

São vários os motivos que nos levam a comprar um imóvel, fugir do aluguel, casamento, crescimento da família com a chegada dos filhos, entre outros. Esse é um grande passo em nossa vida e deve ser dado por meio de um bom planejamento financeiro. Para que esse sonho saia do papel e não vire um pesadelo, é preciso aprender a economizar. Isso porque são vários gastos envolvidos nesse investimento e é preciso conhecê-los antes de bater o martelo.

Neste post, vamos dar as principais dicas para você saber como economizar e controlar as suas finanças para fazer uma compra tranquila. Confira!

Planeje os custos envolvidos

Comprar um imóvel é diferente de adquirir outros produtos, onde você se preocupa apenas com o valor direto do bem. Nesse caso, estão envolvidas outras despesas, como taxas de cartório, impostos municipais e até pequenas obras de reforma para adaptação do novo lar.

Portanto, quando for planejar o seu orçamento, considere todos os custos para não ser pego de surpresa na última hora. Conheça os principais:

  • taxas de administração;
  • impostos;
  • contrato de financiamento;
  • seguro residência;
  • honorários com despachantes;
  • mobília para adequar a nova casa;
  • itens de decoração (cortinas, espelhos etc.);
  • luminárias e lâmpadas;
  • ventiladores e ar-condicionado.

Economize 30% para a entrada

Normalmente, as instituições financeiras, em suas transações imobiliárias, liberam créditos de até 70% do valor total do bem. Portanto, o aconselhável é que você faça uma economia de 30% para dar de entrada para a aquisição do imóvel. Em termos didáticos, imagine o seguinte: se a casa ou apartamento do seu desejo custar R$ 100.000,00, a entrada deverá ser de R$ 30.000,00.

Por isso, é que você deve ter como referência o percentual mínimo de 30%. Porém, esse índice pode variar na Caixa Econômica Federal, por exemplo, que exige o mínimo de 10% dependendo do perfil do comprador, como a idade e a renda.

Conheça os tipos de investimento

Atualmente, existem vários tipos de investimento e eles mudam de acordo com o perfil de cada poupador. As aplicações variam quanto ao tipo de renda, que pode ser fixa ou variável, ao prazo que é curto, médio ou longo e ao risco, se é baixo ou alto.

Poupança

Essa é a forma de investir mais popular existente no momento. Oferece poucos riscos e é indicado para qualquer perfil de poupador. Porém, o seu rendimento é considerado um dos mais baixos. E, quanto a sua remuneração, ela é composta pela soma de duas parcelas.

Remuneração básica

É definida em função da TR, taxa referencial para os juros, criada em 1991. Os seus valores são mensais e definidos pelo Banco Central do Brasil.

Remuneração adicional

Essa remuneração é adicionada ao índice da TR da seguinte maneira:

  • índice de 0,5% ao mês, quando a taxa Selic do ano for maior que 8,5%;
  • percentual de 70% da taxa Selic ao ano, se essa for menor ou igual a 8,5%.

Além disso, é protegida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGV) até R$ 250.000,00. Isso significa que, se o banco falir, você será restituído até esse valor. E, é isenta de imposto de renda, no entanto, não esqueça de declarar os valores acima de R$ 140,00.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

É um investimento para iniciantes que pode atingir juros maiores que a poupança. Funciona como se você estivesse emprestando dinheiro para o banco onde é correntista e, ele devolve com juros das operações cobradas dos clientes. Suas taxas de rendimento podem ser de acordo com o seu contrato e serem pré ou pós-fixadas.

Nessa aplicação, ocorre a cobrança do imposto de renda (IR) e do (IOF) imposto sobre operações financeiras. Nela, é possível sacar o dinheiro antes da data prevista em contrato, porém, os rendimentos serão proporcionais ao período. O CDB também é protegido pelo fundo garantidor de crédito (FGV).

Recibos de Depósito Bancário (RDB)

Esse é um investimento idêntico ao CDB, só diferenciando na forma de sacar. Portanto, se você precisar do dinheiro antes do prazo estipulado no contrato não receberá os rendimentos previstos e, com isso, poderá ter prejuízo.

Tesouro Direto

O tesouro direto é um investimento em fundos de títulos públicos. Esses são seguros e oferecem menores riscos para o investidor. A rentabilidade é bem maior que a poupança, dependendo do título e da instituição.

Esses títulos são bem adequados para quem procura a compra de imóveis, pois, quanto maior o prazo do contrato, melhor a possibilidade de conseguir juros mais baixos, porém, se precisar retirar dinheiro antes, existe uma perda nos valores aplicados.

Existem três modalidades de títulos que são adequados para as pessoas físicas:

  • tesouro prefixado (LTN) — título com rentabilidade definida (prefixada) no momento da compra;
  • tesouro Selic (LFT) — título com rentabilidade diária vinculada à taxa Selic;
  • tesouro IPCA + (NTN-B) — títulos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação “oficial” do país), acrescida de juros.

Os títulos públicos não são protegidos pelo fundo garantidor de crédito (FGV), no entanto, são garantidos pelo próprio Governo Federal, oferecendo, com isso, uma boa segurança. Para investir no tesouro direto você precisa contratar uma corretora ou um banco, esses são agentes que vão intermediar o seu processo, fazendo cadastros e transferências de recursos. Tudo isso é feito pela internet.

Mercado de Ações

Se tem o perfil mais aventureiro e não tem receio de riscos, o mercado de ações pode ser uma alternativa para acumular capital. No entanto, esse tipo de investimento é suscetível às reações do mercado e pode apresentar variações em questão de horas. Você deve contratar uma corretora de valores e comprar as ações de uma empresa. O mercado financeiro possui duas modalidades:

  • ordinárias (ON): o investidor poderá participar e deliberar sobre questões corporativas;
  • preferenciais (PN): o investidor não poderá opinar, mas terá prioridade no faturamento.

Consórcio de imóveis

O consórcio de imóveis além de ser uma opção de poupar dinheiro é também umas das maneiras mais econômicas de adquirir um imóvel. Você compra uma cota em um grupo, que é a chamada carta de crédito. Conheça as vantagens do consórcio de imóveis:

  • não são cobrados juros, nem entrada, ou parcelas intermediárias;
  • suas taxas são menores;
  • é praticamente sem burocracia após o sorteio ou lance;
  • dispensa avalista;
  • sem a comprovação de renda;
  • várias opções de créditos e de valor de parcelas;
  • poder de compra, em função do reajuste das parcelas ter base no índice nacional de custo da construção (INCC);
  • o consorciado pode escolher um imóvel novo ou usado dentro do território nacional;
  • o órgão fiscalizador é o Banco Central do Brasil.

Para ter o direito de comprar o imóvel, você precisa ser sorteado. Outra forma de retirar o capital do consórcio para adquirir o bem é fazer um lance, ou seja, oferecer uma quantia de dinheiro, como se fosse o adiantamento de parcelas. Para isso o seu valor deve ser maior que de outros consorciados que estiverem ofertando essa alternativa.

Diminua os gastos em 30%

As financeiras, normalmente, quando vão avaliar um crédito limitam os valores das parcelas em torno de 30% da renda familiar bruta. Assim, essas empresas alegam que evitam o risco de inadimplência, e com isso, podem trabalhar com taxas de juros menores. Esse percentual varia de acordo com o perfil do comprador, com a instituição e com o mercado.

Para esclarecer melhor o que foi dito, vamos fazer uma simulação para ter uma ideia em moeda Real: imagine que a sua renda familiar bruta seja de R$ 3.000,00. Calculando 30% desse valor, vamos obter o resultado de R$ 900,00. Esse será o valor máximo da sua prestação. Por isso a recomendação de reduzir esse percentual nos seus gastos mensais.

A partir do exemplo, calcule o valor real de seus recebimentos, determine a sua mensalidade e veja como será desembolsar essa quantia todos os meses. Sinta se conseguirá honrar esse compromisso sem prejudicar as suas necessidades básicas.

Para saber se realmente precisa de tudo aquilo que está gastando, lance todas as contas a pagar e os recebimentos em uma planilha, de preferência eletrônica, que é mais fácil de usar, e verifique se o que está relacionado é utilizado ou consumido. Saiba que algumas despesas em nosso orçamento, devem ser avaliadas, porque, às vezes, assumimos compromissos mensais com produtos que não são utilizados com frequência e, por considerá-los baratos, pagamos sem sentir.

Se perceber que isso acontece com você, não hesite em cancelar ou alterar o pacote de serviços. Veja alguns gastos que temos o hábito de pagar sem utilizar todos os seus recursos:

  • assinatura de jornais e revistas;
  • pacote de TV, com centenas de canais;
  • clubes recreativos e academias.

Busque rendas extras

Você já pensou que possui habilidades ou hobbies não explorados devido à correria do dia a dia e que podem ser convertidos em trabalho para aumentar os ganhos e se transformarem em uma boa poupança? Confira algumas possibilidades de renda extra:

  • trabalhar como freelancer escrevendo textos na sua área de formação ou em outras modalidades;
  • dar aulas particulares;
  • ajudar alunos de faculdade a adaptarem os trabalhos acadêmicos às normas da ABNT;
  • motorista de aplicativo;
  • cuidar de crianças de pessoas que trabalham fora de casa e não confiam em creches;
  • cuidar de animais de estimação quando os seus donos estão viajando;
  • fazer doces e bombons caseiros;
  • vender perfumes e cosméticos;
  • fazer reparos em roupas.

Dê uma entrada maior

Essa é uma boa estratégia para você ter justificativas no momento da negociação com a financeira e exigir a aplicação de juros menores nas suas parcelas, além de conseguir ficar livre da dívida mais rápido. Portanto, vale a pena economizar durante o máximo de tempo possível para acumular um capital maior.

Invista em uma moeda de troca

Essa é uma estratégia para quem não está com muita pressa para adquirir o imóvel. Funciona da seguinte forma: você compra um bem de menor valor, por exemplo, um lote, e após a sua quitação, pode dar como entrada no seu apartamento.

Além disso, estude a possibilidade de se deslocar a pé ou de bicicleta, é claro que isso depende da sua profissão e das distâncias que deve percorrer. E, talvez, você tenha mais de um veículo, que fica parado o tempo todo na garagem desvalorizando, que poderá ser vendido.

Evite usar o cartão de crédito

O cartão de crédito é um grande aliado para quem sabe utilizá-lo com moderação e sempre paga o total da fatura em dia. Porém, por disponibilizar um poder de compra além dos nossos vencimentos, pode nos encorajar a consumir além do necessário e virar o nosso vilão financeiro. Assim, para evitar cair em tentação e correr o risco de usar o crédito rotativo, pagando juros exorbitantes, evite usá-lo. Procure pagar suas despesas sempre a vista, deixe-o em casa, reservado apenas para emergências.

Guarde dinheiro para os gastos burocráticos

Além do valor do imóvel, existem alguns documentos que o comprador deve pagar para atender a legislação e garantir que passe a ser o proprietário do novo bem sem nenhuma restrição.

Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)

Esse é um imposto municipal, assim, deve ser pago para as prefeituras sempre que você for transferir um imóvel para o seu nome. O valor da alíquota vária de acordo com a legislação de cada cidade, normalmente, é calculada em função do valor do bem. Nas capitais dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais, por exemplo, esse imposto equivale a 3% do valor do bem.

Custos de cartório

Os cartórios, normalmente, cobram taxas para os seguintes documentos:

  • registro de compra;
  • escritura;
  • jogo de certidões;
  • declaração da administradora, em caso de condomínios.

Taxa de avaliação do imóvel

Quando você solicita um financiamento imobiliário, o banco cobra essa taxa para fazer uma vistoria no imóvel, antes de liberar o crédito. Isso é para verificar se o valor que está sendo solicitado para o empréstimo condiz com a realidade do bem. Portanto, esses gastos burocráticos costumam chegar a até 4% do valor do imóvel, isso sem considerar os 20% de entrada no financiamento. Em função disso, a ordem é poupar.

Assim, seguindo as nossas dicas e entendendo os passos para economizar na hora de comprar um imóvel, seja paciente, organize-se e saiba administrar o seu dinheiro. Fazendo isso, adquira o seu bem e desfrute a nova conquista com sua família, parentes e amigos!

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